As
rochas começaram a se formar há 4,5 bilhões de anos enquanto que o homem
moderno há, apenas, 100.000 anos, e escolheu esse material para construir
estruturas e templos com objetivos religiosos ou funerários, de forma a
perdurarem muito além da própria vida e até da civilização (Vidal, et al,
2014).
Segundo
Vidal, et al, (2014), rochas ornamentais são materiais rochosos extraídos e
beneficiados, em maior ou menor grau, para serem utilizados com funções de
revestimento, decorativas ou estruturais. A Associação Brasileira de Normas
Técnicas (ABNT) em sua norma NBR 15012 define rocha ornamental como sendo um
material rochoso natural, submetido a diferentes graus ou tipos de
beneficiamento, que por sua vez é utilizado para exercer uma função estética.
No
Brasil o seu desenvolvimento tecnológico só iniciou a partir da década de 60,
embora já existisse essa atividade de forma pontual, desde o século XVI em
várias regiões, somente a partir do final da década de 1980 começou se destacar
como atividade de mineração, (Vidal, et al, 2014).
Atualmente
o setor é considerado um dos mais importantes no que se refere a exportação,
sendo responsável por 4% do saldo positivo da Balança Comercial Brasileira em
2012. Estipula-se que pelo menos 10.000 empresas do setor da cadeia produtiva
movimentem em torno de quatro bilhões e meio de reais por ano e empreguem
120.000 pessoas, (Vidal, et al, 2014).
As rochas
ornamentais e de revestimento, abrangem os tipos litológicos que podem ser
extraídos em blocos ou placas, cortados e beneficiados em formas variadas,
segundo (Vidal, et al, 2014).
As rochas
ornamentais e de revestimento, também designadas pedras naturais, rochas
lapídeas, rochas dimensionais e materiais de cantaria, compreendem os materiais
geológicos naturais que podem ser extraídos em blocos ou placas, cortados em
formas variadas e beneficiados por meio de esquadrejamento, polimento, lustro,
etc.
Seus
principais campos de aplicação na construção civil incluem revestimentos
internos e externos de paredes, pisos, pilares, colunas, soleiras, elementos
estruturais. Além da construção civil também se incluem elementos de composição
arquitetônica, elementos artísticos decorativos e arte funerária. Do ponto de vista comercial as rochas
ornamentais são subdivididas em granitos e mármores, se diferenciando pelo seu
padrão estético tendo como elementos relevantes para essa diferenciação a sua
cor, textura e granulometria. Como granitos, enquadram-se, genericamente, as
rochas silicáticas, enquanto os mármores englobam as rochas carbonáticas.
Alguns
outros tipos litológicos, incluídos no campo das rochas ornamentais, são os
quartzitos, serpentinitos, travertinos, calcários e ardósias, também muito
importantes setorialmente, incluídos nos grupos de rochas silicosas,
sílticoargilosas e ultramáficas.
O padrão
cromático é o principal atributo considerado para qualificação comercial de uma
rocha. De acordo com as características cromáticas, os materiais são
enquadrados como:
- Clássicos – Não sofrem influência de modismos, incluindo mármores vermelhos, brancos, amarelos e negros, bem como granitos brancos, verdes, negros e vermelhos.
- Comuns – Possuem largo emprego em obras de revestimento, abrangem mármores beges e acinzentados, além de granitos acinzentados, rosados e amarronzados.
- Materiais excepcionais – São normalmente utilizados para peças isoladas e pequenos revestimentos, incluindo mármores azuis, violeta e verdes, além de granitos azuis, amarelos, multicores e pegmatíticos, estes últimos definindo os ora designados granitos exóticos ou feldspatados.
Os blocos
extraídos nas pedreiras têm volume variável entre 5 m³ e 8 m³, podendo atingir,
excepcionalmente, 12 m³. Materiais com alto valor comercial permitem, no
entanto, o aproveitamento de blocos a partir de 1 m³. As dimensões padrão
especificadas para blocos de serragem em teares, variam de 2,4 x 1,2 x 0,6 m
(1,73 m³) a 3,3 x 1,8 x 1,5 m (8,9 m³).
Os produtos
comerciais obtidos a partir da extração de blocos e serragem de chapas, que
sofrem algum tipo de tratamento de superfície (sobretudo polimento e lustro),
são designados como rochas processadas especiais ou rochas de processamento
especial.
Os produtos
comerciais normalmente utilizados com superfícies naturais em peças não
calibradas, extraídos diretamente por delaminação mecânica de chapas na
pedreira, são por sua vez designados rochas processadas simples ou rochas de
processamento simples.
REFERÊNCIA
VIDAL, Hélio C. A. AZEVEDO, Nuria F. Castro – Rio de
Janeiro: CETEM/MCTI, 2013.